Mortes por excesso de trabalho são um problema tão antigo no Japão que há até uma palavra para designá-las: karoshi .
Em função do aumento, o governo e a iniciativa privada estão tomando uma medida para tentar diminuir o problema: trabalhadores poderão sair do trabalho mais cedo uma vez por mês.
O plano "Sexta-Feira Prêmio" incentiva empresas a liberarem seus funcionários às 15h da última sexta-feira do mês, a partir de fevereiro. Ainda não se sabe quantas companhias vão aderir.
A ideia ganhou força após o suicídio de uma funcionária da Dentsu, maior agência de publicidade do país, que costumava fazer mais de 100 horas extras mensais.
Sua morte foi apontada como um caso de karoshi e gerou uma investigação, levou ao pedido de demissão da presidente da empresa e causou muita preocupação em relação à cultura de trabalho japonesa.
Mas, com cerca de duas mil mortes anuais ligadas ao excesso de trabalho no Japão, muitos dizem que o plano é apenas um pequeno passo rumo a uma mudança de atitude.
E não é a primeira vez que isso é visto como um problema no país, nem se trata da primeira tentativa de remediá-lo.
Descanso forçado
O governo já tentou - sem sucesso - fazer com que os japoneses aproveitem todo o seu tempo de folga. Segundo o Ministério do Trabalho, eles usam apenas a metade do que têm direito. O número de feriados foi elevado para 16 por ano - em parte, para forçar as pessoas a descansarem.
O governo também encorajou a adoção de horários flexíveis, permitindo que funcionários públicos entrassem e saíssem mais cedo do escritório durante o verão.
Fonte: Portal Terra
Publicado em 03/01/17