Atividade promovida pelo Sindicato levou informação sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos

Mais um evento exitoso foi realizado pelo SINFARMIG na noite de ontem (24) em Belo Horizonte, com a expressiva presença de farmacêuticos das áreas pública e privada, estudantes e especialistas convidados.
Com o tema “O uso da logística reversa para medicamentos vencidos e sem uso domiciliar”, os participantes puderam se inteirar sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010 e que propõe ações, diretrizes e metas sobre o correto descarte de resíduos.
A representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Simone Ribas, traçou um histórico das legislações sobre o tema e apresentou dados preocupantes sobre o consumo de medicamentos e a inexistência de um sistema de destinação correta desses resíduos.
Segundo ela, não há dados corretos sobre a quantidade de fármacos descartados em lixo doméstico, por isso a necessidade de ter um plano de ação que irá diminuir os riscos à saúde e ao meio ambiente. “O Brasil está na 8ª colocação entre os países que mais consomem medicamentos, com certeza boa parte deles são descartados incorretamente no vaso sanitário e nos lixões espalhado pelo país. O uso da logística reversa prioriza o uso racional de medicamentos, focando na não geração de resíduos, na redução, reutilização, reciclagem, tratamento e destinação final adequada dos rejeitos.
Para a diretora da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Débora Melecchi falou sobre as experiências internacionais de recolhimento e a correta destinação dos resíduos, com destaque para os sistemas da Espanha (Sigre) e Portugal (Valormed), ambos realizados pelas indústrias farmacêuticas desses países. “A ideia é que toda a cadeia produtiva participe desse sistema de descarte, com incentivos fiscais, troca de experiências e prezando pela saúde e o meio ambiente”.

Mesa composta pela Fenafar, Visa-MG, Anvisa e Visa-BH
A representante da Vigilância Sanitária de Minas Gerais (Visa-MG), Maria Goretti Martins, destacou a necessidade da conscientização sanitária da população e as dificuldades do serviço público na hora de licitar empresas especializadas em descarte de resíduos. “Para a indústria os medicamentos são produtos, mas para nós Farmacêuticos não e temos que lembrar a importância da assistência farmacêutica para auxiliar nesse processo”, disse.
Representando a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte (Visa-BH), o fiscal sanitário Paulo Nogueira analisou sobre a importância da mudança na cultura sobre o consumo de medicamentos, já que através da publicidade cria-se a necessidade de consumo, muitas vezes sem necessidade. Ele lembrou que o processo de uso racional deve começar pelos prescritores (médicos) e que as farmácias devem priorizar para serem estabelecimentos de saúde. “Não somos contra a atividade econômica, mas sim, privilegiamos a saúde da população”, afirmou.
Os palestrantes lembraram que tantos as indústrias como as empresas de descarte ainda não atentaram para o surgimento de uma nova atividade econômica – o descarte sustentável de resíduos sólidos – o que vai gerar demandas por empresas ambientalmente responsáveis.
Descarte de medicamentos
Em 2011, o SINFARMIG atento às demandas da saúde e do meio ambiente promoveu a palestra “Descarte de Medicamentos e Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), um tema que vem ganhando destaque nacional.
Em ambas as atividades foi reforçado que o uso da metodologia de logística reversa figura como um novo instrumento regulatório, que no caso do descarte de medicamentos deve ser uma responsabilidade compartilhada (indústrias, comércio, governo e consumidores) e todo esse processo necessita de apoio e esforço mútuo.

Profissionais, estudantes, palestrantes e a Diretoria do SINFARMIG