"Quando fizermos nossa marcha, vocês precisam estar nela. Se isso significa deixar o trabalho, se isso significa deixar a escola: estejam lá! Cuide de seu irmão! Você talvez não esteja em greve. Mas, ou ascendemos juntos ou caímos juntos”.
(Martin Luther King)
É o fim de uma era inteira de conquistas e avanços fundamentais para a organização do mundo do trabalho e para cada profissional brasileiro. País perde a CLT, trabalhadores voltam a atuar num ambiente sem direitos, sem recursos e sem instâncias onde recorrer. Quem ainda não via tantos problemas assim nas relações de trabalho após a recente aprovação da Terceirização recebe agora mais uma surpresa do pacote tão cuidadosamente preparado pelo atual governo com apoio dos parlamentares, que embora eleitos pelo povo legislam sem pudor em causa própria.
Foi nesse clima de urgência, após um dia inteiro de discursos vazios e risos histéricos que na calada da noite, mais uma vez, os deputados eleitos para representar os brasileiros aprovam o fim de mais de um século de conquistas. O texto-base da reforma proposto pelo Michel Temer foi aprovado por 296 parlamentares contra os 177 que foram contrários aos absurdos que estão previstos.
A Consolidação das Leis Trabalhistas como quase tudo que passa dos 70 no Brasil infelizmente perde o seu lugar, perde o poder, o status. A CLT acaba de ser rasgada e abandonada numa esquina qualquer do país ampliando a força dos empresários no processo de negociação com os trabalhadores. Não houve protesto da oposição, não houve apelo das ruas capaz de parar o desejo de matar este instrumento tão importante para as relações de trabalho.
Aprovar perdas tão significativas para milhões de trabalhadores dois dias antes de uma anunciada Greve Geral é um deboche sem precedentes para a sociedade brasileira. A história mostra, porém, que nem sempre essa sequência de ganhos dos donos do poder é sinal de vitória de uma batalha inteira. Muitos trabalhadores brasileiros iludidos e confundidos por informações pasteurizadas estão por entender muitas coisas e nesse processo de conscientização vão tomar posse daquilo que os move e não vão parar de lutar. Amanhã, 28 de abril, é o começo de um novo tempo em que unidos todos os cidadãos irão lutar de modo incansável pela recuperação de um Brasil que é de todos. Não há prazo para reconquista de direitos adquiridos, não há limite para a sabedoria popular que após dores tão profundas e injustiças tão requintadas certamente saberão decidir sabiamente quem os representa.
Para evitar possíveis e futuros esquecimentos vamos compartilhar aqui o voto dos deputados mineiros que açoitaram os trabalhadores na tentativa de voltar mais de sete décadas o desenvolvimento do nosso país.
Minas Gerais (MG)
Aelton Freitas PR Sim
Bilac Pinto PR Sim
Brunny PR Sim
Caio Narcio PSDB Sim
Carlos Melles DEM Sim
Delegado Edson Moreira PR Sim
Domingos Sávio PSDB Sim
Eduardo Barbosa PSDB Sim
Fábio Ramalho PMDB Sim
Franklin Lima PP Sim
Jaime Martins PSD Sim
Leonardo Quintão PMDB Sim
Luis Tibé PTdoB Sim
Luiz Fernando Faria PP Sim
Luzia Ferreira PPS Sim
Marcelo Aro PHS Sim
Marcos Montes PSD Sim
Marcus Pestana PSDB Sim
Mauro Lopes PMDB Sim
Misael Varella DEM Sim
Newton Cardoso Jr PMDB Sim
Paulo Abi-Ackel PSDB Sim
Raquel Muniz PSD Sim
Renzo Braz PP Sim
Rodrigo de Castro PSDB Sim
Rodrigo Pacheco PMDB Sim
Saraiva Felipe PMDB Sim
Tenente Lúcio PSB Sim
Toninho Pinheiro PP Sim
Fonte: Artigo – Diretoria do Sinfarmig
Publicado em 27/04/17