A ciência pode mudar a realidade vivida pelas populações carentes. Esse é o lema da pesquisadora mineira Rafaela Salgado Ferreira: ela decidiu focar seu trabalho, que acaba de ser premiado internacionalmente, na busca de remédios para doenças que afetam áreas pobres do planeta – e que, por isso, geralmente não interessam à indústria farmacêutica.

Ferreira dirige o laboratório de modelização molecular e de concepção de medicamentos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também dá aulas, e concentra suas pesquisas em tratamentos mais eficazes para a doença de Chagas.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há pelo menos um milhão de pessoas infectadas pela doença de Chagas – infecção transmitida por insetos barbeiros que tem entre os sintomas febres prolongadas, fraqueza intensa, inchaço no rosto e nas pernas e falta de ar e que pode causar inflamações no coração e acúmulo de água no pulmão.

Descoberta há mais de 100 anos, ela integra a lista das "doenças tropicais negligenciadas" da Organização Mundial da Saúde (OMS), que inclui a dengue, esquistossomose, a hanseníase e outros males que matam mais de 500 mil pessoas por ano no mundo.

Para lidar com a constante falta de recursos para pesquisas no Brasil e evitar o alto custo do desenvolvimento de medicamentos por meio de vários testes em laboratório, Rafaela Salgado Ferreira faz experimentos no computador.

Na prática, ela faz simulações computadorizadas de moléculas que possam inibir uma proteína responsável pela ação do protozoário Trypanosoma Cruzi, o causador da doença de Chagas.

"Consigo dessa forma reduzir o número de experimentos, o que torna (a pesquisa) muito mais barata", explica a pesquisadora.

As mesmas técnicas computacionais são utilizadas para encontrar substâncias que possam agir no vírus Zika e impedir sua replicação, mas suas pesquisas sobre a doença de Chagas estão bem mais avançadas.

 

Premiação a jovens cientistas

A mineira de 35 anos recebeu neste mês em Paris o prêmio "Rising Talents" ("talentos promissores", em tradução livre) concedido pela Fundação L'Oréal em parceria com a Unesco, agência da ONU para a educação, ciência e cultura.

A premiação recompensa as 15 melhores jovens cientistas do mundo, selecionadas entre as 250 vencedoras das edições nacionais do programa "Para Mulheres na Ciência" da Fundação L'Oréal, que já haviam sido escolhidas entre cerca de 10 mil candidatas.

O "Rising Talents" oferece 15 mil euros (cerca de R$ 60 mil) às cientistas premiadas para pesquisas. A equipe dirigida por Ferreira, de 13 pesquisadores, já encontrou dois compostos, entre 400 substâncias analisadas, que podem inibir a proteína do Trypanosoma Cruzi e, dessa forma, prejudicar a ação do protozoário.

Os remédios existentes contra a doença de Chagas, como o benznidazol, foram desenvolvidos nos anos 70 e têm eficácia limitada, além de efeitos colaterais graves, diz ela.

"Todos deveriam ter direito a receber tratamento para qualquer doença. É importante termos tratamentos para doenças negligenciadas que funcionem melhor e sejam mais seguros", diz Ferreira. "A indústria farmacêutica tem a estratégia de desenvolver tratamentos para populações mais ricas e que devem ser tomados em longo prazo."

Ela cita o exemplo de tipos raros de câncer para os quais já existem tratamentos eficazes, embora ocorram em menor número no mundo do que a doença de Chagas.

Ferreira ressalta que é difícil contabilizar o número de casos porque há uma fase indeterminada na qual o paciente não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico.

 

Visibilidade

A paixão da mineira pela Ciência começou na adolescência, e ganhou impulso com o programa de vocação científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que a levou a obter graduação em Farmácia na UFMG.

Ferreira é a única pessoa de sua família a conquistar um diploma de doutorado, de Química Biológica, obtido na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.Ela também fez um pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP).

Segundo a pesquisadora, o prêmio conquistado em Paris poderá favorecer suas pesquisas, pois dará mais visibilidade ao seu trabalho, e favorecer a atração de investimentos.

"A disputa por recursos para pesquisa é bem intensa", diz. "É cada vez mais difícil obter financiamentos no Brasil. E mesmo quando eles são concedidos, muitas vezes o dinheiro não chega."

Ferreira afirma ainda que o Brasil, com quase 50% de cientistas mulheres, está acima da média global (de cerca de 30%) nessa área. "Mas nos cargos de mais alto escalão (na ciência) ainda há poucas mulheres", ressalta.

 

Fonte: BBC

Publicada em 27/03/18

Foto: divulgação

 

 

 

 

 

Antes da “Reforma”, era obrigatória a homologação de toda rescisão de contrato com mais de um ano de duração no sindicato. Inclusive para que as entidades pudessem prestar assistência ao trabalhador na conferência das verbas indenizatórias devidas pelo empregador.

A mudança na redação do artigo 477 da CLT retirou esta exigência de homologação do fim do contrato de trabalho no sindicato. Ela passou a ser feita na própria empresa, independentemente da duração desse contrato.

A consequência desta terrível mudança, feita pelo Governo Temer, é o  afastamento do sindicato do processo de acompanhamento de rescisão contratual. “É o momento em que o trabalhador mais necessita de apoio, ele fica desprotegido ou sem qualquer orientação em relação aos seus direitos a receber após a demissão”, afirma a diretora do Sinfarmig Júnia Lélis.

Independentemente da exigência o Sinfarmig orienta os farmacêuticos a buscarem o auxílio da entidade sindical para verificar o cumprimento dos seus direitos.  As homologações realizadas pelo Sinfarmig sempre eram feitas obrigatoriamente com conferência prévia em toda documentação para só depois haver o agendamento de comparecimento das partes envolvidas. Nesta conferência, eram verificadas todas as verbas rescisórias tais como férias, 13º, aviso prévio, indenizações, descontos, além do saldo de fundo de garantia por tempo de serviço – FGTS e pagamento da multa rescisória de 40%, quando do caso, entre outros.

O responsável pelas homologações no Sinfarmig, William Lopes, explica que “em grande parte dos casos, infelizmente, por descuido ou por má fé, várias conferências precisavam ser alteradas em função de prejuízos diretos ao trabalhador. Neste caso, todas eram prontamente retificadas e efetivadas conforme determinação da Lei”.  

O Sinfarmig adverte que neste momento de campanhas salariais há uma importante indenização que sempre foi verificada pelo sindicato nas conferências realizadas. A indenização da Lei 7238/84 §9º que garante uma estabilidade aos trabalhadores nos 30 dias que antecede a data-base. Esta, porventura concretizada, garante ao trabalhador o recebimento de uma multa equivalente ao valor do seu salário.  Caso haja dispensa dentro deste período, ainda que já realizada o acerto das verbas rescisórias, o sindicato aconselha ao farmacêutico verificar sobre este prazo legal e seu direito a tal recebimento. 

Júnia Lélis lembra que antes da reforma trabalhista o Sinfarmig sempre se prontificou a verificar os cálculos mesmo nos contratos com menos de um ano de vínculo empregatício. “Apesar de não haver mais a obrigatoriedade nós reforçamos a disponibilidade e necessidade mais do que nunca de estar presente neste momento, para uma prévia realização dos cálculos já com aviso prévio assinados, a fim de evitar possíveis erros e orientar melhor os farmacêuticos”, concluiu. 

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Sinfarmig

Publicada em 26/03/18

 

 

 

 

As inscrições estão abertas para o Seminário Mineiro de Judicialização da Saúde, que será realizado nos dias 02 e 03/04 no Grande Teatro do Palácio das Artes. O evento promovido pelo Governo de Minas tem por objetivo viabilizar a discussão do tema com a participação dos diferentes atores envolvidos no processo. 

A iniciativa pretende ainda permitir a melhor compreensão de sua complexidade, tendo em vista o crescimento exponencial da judicialização da saúde e seu impacto na execução de políticas públicas do setor. O Seminário foi criado para ampliar a discussão com a sociedade, com os diversos órgãos de controle e com as variadas esferas de governo.

O Encontro irá debater e esclarecer procedimentos de incorporação e regulamentação de tratamentos, considerando todo o cenário e os impactos das medidas judiciais. A intenção é estimular a natureza coletiva, para  pensar o futuro da judicialização e a transparência deste processo. As inscrições podem ser feitas pelo https://bit.ly/2GrgnTr

 

Fonte: Ascom/SaúdeMG

Publicado em 26/03/18

 

 

 

 

 

A Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) está com edital aberto até o dia 02/04 para a segunda edição dos "Cursos Livres: constituindo potências para o trabalho no SUS”. São 17 cursos gratuitos, sendo 13 na área de Saúde Pública e quatro na área de Planejamento e Gestão Pública, totalizando cerca de 600 vagas.  

Os cursos são direcionados aos trabalhadores com qualquer nível de formação, atuantes em instituições que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas, vinculadas a qualquer esfera administrativa (municipal, estadual ou federal). 

Também poderão se inscrever estudantes de cursos de graduação e pós-graduação em saúde e pessoas vinculadas a movimentos sociais em defesa dos direitos sociais. Além desses, algumas opções são destinadas aos trabalhadores que atuam em instituições que compõem o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

 Nesta segunda edição os cursos ficaram divididos em quatro áreas: SUS em luta: enfrentamentos à vista!, Saúde e Educação: experimentando outras práticas no SUS, Promoção em saúde: entre territórios e modos de vida e Tópicos em Administração Pública na Saúde.

 O objetivo é promover espaços de discussão entre trabalhadores do SUS na perspectiva da Educação Permanente em Saúde (EPS), com ênfase no fortalecimento do trabalho no sistema. As inscrições podem ser feitas pelo https://goo.gl/KQA5Fq.

 

Fonte: Ascom/ESP-MG

Publicada em 26/03/18

 

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