O mais incrível de ler o documento "Uma Ponte para o Futuro", do PMDB, é perceber a escolha das palavras em relação aos interlocutores para os quais se dirigem. É um documento escrito por homens brancos para homens brancos em um contexto onde haverá uma esplanada sem nenhuma mulher ocupando a posição de ministra.
As palavras mercado e setor privado são repetidas 23 vezes, sendo um programa de governo direcionado para esses agentes.
Quando "trabalhadores" são mencionados, são mencionados para anunciar o desmantelamento de direitos trabalhistas como meio de superação da crise.
Quando falam em "jovens", os citam unicamente para justificar mudanças no regime da previdência.
A palavra "mulher" é usada uma única vez, também para justificar as alterações na previdência.
As palavras "criança" e "idoso" não são usadas nenhuma vez. Minorias políticas então, um abraço para elas.
"Ajuste" e "reforma" aparecem juntas mais de 30 vezes, enquanto "conquistas" aparece 2 vezes e "avanço", nenhuma.
A palavra "direitos" aparece 3 vezes, enquanto a palavra "dívida" é usada 26 vezes (e nunca para reconhecer a necessidade de sua auditoria).
Essa é nossa "ponte" para o futuro. Provavelmente será financiada a taxas absurdas e construída pelas velhas empreiteiras. E já há boatos de que essa ponte terá pedágio na entrada e na saída. Confira no link abaixo...
http://pmdb.org.br/wp-content/uploads/2015/10/RELEASE-TEMER_A4-28.10.15-Online.pdf
Fonte: Analíse feita por Daniel Nepomuceno Nardi