Crise econômica faz farmácias de Valência ficarem sem remédios

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A crise econômica espanhola, que tem obrigado o país cortar gastos e investimentos em diversos setores, começa a provocar até a escassez de medicamentos nas farmácias.


Segundo a associação farmacêutica de Valência, cidade a 357 km a leste da capital Madri, remédios para tratar diabetes e tireóide e alguns antibióticos estão em falta nas farmácias valencianas.


Uma farmácia da cidade traz na parede o recado: "Um aviso importante: o governo de Valência está devendo a esta farmácia por todos todos os medicamentos que foram fornecidos aos clientes nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril''.


A farmacêutica do estabelecimento mostra uma gaveta vazia, onde são mantidos remédios que só podem ser adquiridos com prescrição médica. Ela diz que, normalmente, a gaveta costumava ficar cheia.


O estoque de insulina da farmácia, segundo a funcionáris, está quase acabando. ''Não temos dinheiro para comprar mais.''


Se vários clientes precisarem dos mesmos medicamentos no mesmo dia --para doenças cardíacas, derrames e antiretrovirais, por exemplo--, ela diz que eles precisam percorrer a vizinhança em busca dos remédios.


CORTE DE GASTOS


As regiões administrativas da Espanha, como Valência, enfrentam pesadas dívidas e precisam cortar gastos que estão afetando as administrações regionais e o governo central.


Os espanhóis dependem das administrações locais para fornecimento de serviços básicos, como saúde e educação, mas as autoridades não têm mais de verbas.


Com a crise, as regiões espanholas deixaram de ter uma importante fonte de renda: impostos cobrados sobre transações imobiliárias.


Agora que essa fonte de receita se foi, os administradores regionais pedem ajuda ao governo central, que também enfrenta dificuldades.


REMÉDIOS COBRADOS


O sistema de saúde do país permitia que pacientes tivessem acesso gratuito a muitos medicamentos. Atualmente, a situação é outra.


Há alguns meses o governo apresentou um projeto para que os aposentados paguem 10% do valor dos medicamentos receitados e os demais pacientes, 50%.


Com a medida, o governo diz que vai economizar 7 bilhões de euros (cerca de R$ 18 bilhões).

Fonte: Folha de S. Paulo