
A Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) que começa hoje (13), no Rio de Janeiro, a Rio+20, pretende discutir os desafios de preservação do meio ambiente no mundo, com base em dois eixos temáticos: economia verde e governança ambiental global.
Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, que após 20 anos da realização da Eco92, mais uma vez sedia esse importante encontro, que irá debater a inclusão social, o desenvolvimento humano sustentável, a conservação da natureza e o crescimento econômico.
Diante de um quadro tão catastrófico que estamos vivendo no que diz respeito à destruição dos recursos naturais do planeta, tal atividade é norteada por exemplos de nações que estão repensando o modo de produzir e consumir insumos, visando a mitigação dos impactos ambientais.
Essas nações, no entanto, enfrentam o complexo desafio de promover o desenvolvimento sócio-econômico e a preservação do meio ambiente.
O Brasil ainda engatinha em busca da sonhada sustentabilidade, fazendo parte de estatísticas que não nos orgulhamos: desmatameto de nossas florestas, poluição dos recursos hidrícos, trabalho escravo, legislações conflitantes e em algumas regiões do país a inexistência de fiscalização para conter os abusos.
Porém, nem tudo caminha para o abismo, mas merece atenção. A aprovação da Lei nº 12.305/2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é um avanço para nossa nação, reunindo ações a serem adotadas pelo governo isoladamente ou em parceria com estados e municípios e também a iniciativa privada, visando a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.
Ainda é tratada nessa legislação, a concepção de responsabildide compartilhada, em que todos os atores da cadeia produtiva sejam parceiros na correta destinação dos resíduos, utilizando assim, a metodologia da logística reversa, que visa a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e a disposição final adequada dos rejeitos.
Mudança de atitude
Não podemos deixar de citar a polêmica e intensa mobilização da sociedade brasileira nas redes sociais pelo veto ao Código Florestal, que em sua primeira redação, facilitava a ação de desmatadores e privilegiava os anseios dos latifundiários e boa parte da bancada ruralista que se faz presente no Congresso Nacional.
Os desafios são muitos e não são fáceis. Mas avanços são lentos, pois vão contra a mentalidade e ambição de muitos que estão no topo e não veem com bons olhos mudanças. Ainda mais quando essas mudanças irão favorecer as classes inferiores, as minorias massacradas historicamente, usadas como base para a ascenção de poucos.
Para alguns especialistas, em especial os ambientalistas, a Rio+20, apesar da pomposidade, será apenas norteada por debates, troca de ideias, mas nada concreto. Podemos esperar a Rio+40 e as urgências de 2012 ainda serão discutidas em 2032.
Pode ser. Mas precisamos urgentemente de um mudança de atitude acerca de nosso modo de vida, principalmente sobre o consumo. Se continuarmos assim, não teremos um planeta nem para sediar a Rio+40, pois nossa situação estará tão caótica, que nossas forças serão voltadas para nossa sobrevivência.
Diretoria - SINFARMIG