UMA LEI QUE “PEGOU” - MEDICAMENTOS GENÉRICOS

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Genéricos caem no gosto popular e conquistam a confiança dos consumidores

 


Prestes a completar apenas 13 anos no próximo dia 10 de fevereiro, a lei que instituiu os medicamentos genéricos já é uma realidade comprovada.

Além de conquistar os cidadãos, os medicamentos genéricos estão conseguindo também vencer a resistência de parcela dos médicos que relutavam em prescrevê-los alegando dúvidas sobre a chamada bioequivalência, ou seja, se de fato surtem o mesmo efeito dos medicamentos de marca. 

Em meados de 2011, pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), junto á população apontou que, 83% das pessoas entrevistadas afirmaram acreditar que eles são tão eficazes quanto os medicamentos de referência, enquanto para 80% deles esses remédios apresentam a mesma segurança que os de marca. Os entrevistados mostraram preferir os genéricos aos medicamentos de marca até para o tratamento de doenças graves, como problemas cardíacos e diabetes.


Genéricos na Região Metropolitana de Belo Horizonte


Em pesquisa feita pelo SINFARMIG, entre os dias 03 a 07 de fevereiro sobre a importância econômica dos medicamentos genéricos, foi constatado que em 52 farmácias e drogarias localizados em Belo Horizonte e Região Metropolitana, os genéricos já respondem, em média, por 22% do mercado de medicamentos comercializados. 

A venda dos genéricos apresentou crescimento em todo o país nos últimos anos. Em 2011, o aumento foi de 32,3% no volume de unidades vendidas em comparação a 2010. Em algumas farmácias da capital, em especial as das regiões mais carentes, a comercialização dos genéricos chega a ser de 50% das vendas diárias.

A pesquisa mostra que em uma importante rede de farmácias que atua na Região Metropolitana, o crescimento nas vendas desses medicamentos foi de 38,5% pelo quarto trimestre consecutivo, mostrando que os genéricos possuem mais lucratividade em relação aos medicamentos de marca. 

De acordo com as a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), as vendas de genéricos movimentaram R$ 8,7 bilhões, apresentando crescimento de 41% em comparação a 2010, quando as vendas atingiram R$ 6,2 bilhões. Foram comercializadas 581 milhões de unidades frente às 439 milhões registradas no ano anterior.

Para o Diretor do SINFARMIG e Vice–Presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Farmº Rilke Novato Públio, esse aumento nas vendas de medicamentos genéricos pode ter sido influenciado também pela incorporação desses produtos no  Programa “Aqui tem Farmácia Popular” que possibilita o acesso a medicamentos gratuitos ou bem mais baratos à população subsidiado pelo governo federal por meio de convênio com  os estabelecimentos. 

Segundo o Diretor, a pesquisa é uma constatação inequívoca de que os consumidores estão cada vez mais esclarecidos e confiantes nos medicamentos genéricos e certamente não irão pagar mais caro se o medicamento dará exatamente a mesma resposta ao de referência. “Esta é uma daquelas políticas bem sucedidas, é uma lei que “pegou”, veio para ficar e a tendência é de crescimento em nosso País, assim como em países europeus e da América do Norte onde a venda de genéricos chega até 60% do mercado”, completou Públio.


Evolução


O incremento nas vendas dos genéricos está intimamente ligado ao fato que de importantes medicamentos perderam a patente nos últimos anos, dando mais condições às pessoas adquirirem os medicamentos por preços mais acessíveis do que os de referência.

Entre 2010 e 2011 mais de 25 importantes marcas de medicamentos tiveram suas patentes expiradas e mais genéricos entraram no mercado, inclusive alguns campeões de venda como o Sildenafil (Viagra) usado no tratamento da disfunção erétil e o Atorvastatina ( Liptor) para  reduzir o colesterol. 

Regulamentação

No Brasil, os medicamentos genéricos foram regulamentados em 1999, com a Lei 9.787, gerando economia de R$ 20 bilhões aos consumidores.

Para entender

- Medicamento de Referência (Marca): é o medicamento que possui marca registrada, na maioria dos casos foi o primeiro a ser registrado pelo Ministério da Saúde;

- Medicamento Genérico: é um medicamento bioequivalente, ou seja, com a mesma forma farmacêutica, composição química e indicação do medicamento de referência.  Para ser aprovado como genérico ele foi submetido ao teste de bioequivalência, ou seja, produz o mesmo efeito e no mesmo tempo quando comparado ao medicamento de referênciaae com a mesma indicaçã que o medicamento de referência ou de marca;

- Medicamento similar: o medicamento autorizado a ser produzido após prazo da patente de fabricação do medicamento de referência, com a mesma composição, forma farmacêutica, indicação, porém não passou por testes de bioequivalência e biodisponibilidade.

Participação dos genéricos no mercado farmacêutico em outros países

País % em Valor % em unidades
E.U.A 13 60
Alemanha 26 60
Reino Unido 26 60
Canadá 22 45
França 14 35
Espanha 13 30
(*) Fonte: IMS Health, jun 10